Assessoria de Imprensa no Terceiro Setor: transparência, compliance e combate à corrupção

Para as organizações sociais, a assessoria de imprensa não é apenas mais um canal de comunicação. Ela é uma ferramenta estratégica para construir credibilidade, visibilidade e confiança junto à sociedade, parceiros e potenciais doadores. Quando associada a práticas de transparência, compliance e políticas anticorrupção, reforça a reputação institucional, fortalece o engajamento e contribui para a sustentabilidade da causa.
Neste artigo, você vai entender como a assessoria de imprensa pode ser utilizada por entidades do terceiro setor para comunicar com impacto e de forma íntegra, abordando os cuidados com a transparência, a adoção de um programa de compliance e as melhores práticas de prevenção à corrupção.
O papel da assessoria de imprensa nas organizações sociais
A assessoria de imprensa desempenha três funções principais para uma organização social:
- Gerar visibilidade institucional, divulgando causas, campanhas, resultados, eventos ou parcerias.
- Construir e fortalecer reputação, pois ser citado por veículos de referência reforça credibilidade.
- Apoiar o engajamento e a captação de recursos, já que matérias bem posicionadas atraem doadores, voluntários e parceiros.
No entanto, no contexto do terceiro setor, essas funções ganham um nível adicional de complexidade, porque o público-alvo exige cada vez mais integridade, prestação de contas e ética no uso dos recursos. Por isso, a assessoria de imprensa precisa estar alinhada a eixos fundamentais de governança como transparência, compliance e políticas anticorrupção, garantindo que a mensagem institucional não seja apenas visível, mas também confiável.
Transparência: fundamento da comunicação e da assessoria de imprensa
Por que a transparência importa
A transparência é um pilar essencial para qualquer organização social. Ela promove confiança, facilita parcerias e protege a reputação institucional. De acordo com especialistas, adotar práticas transparentes é determinante para que organizações do terceiro setor respondam às demandas da sociedade e mantenham sua sustentabilidade a longo prazo (CIEDS).
Transparência aplicada à comunicação com a imprensa
Quando a assessoria de imprensa atua com foco na transparência, ela deve:
- Divulgar resultados concretos, apresentando dados e impactos reais, e não apenas promessas.
- Fornecer aos jornalistas informações verificáveis, como relatórios de impacto e indicadores.
- Esclarecer como os recursos são aplicados, quais são os critérios de seleção dos projetos e como a governança é conduzida.
- Publicar relatórios e resultados simultaneamente no site institucional, permitindo que a imprensa referencie fontes consistentes.
Boas práticas de transparência na comunicação
- Publicar press releases com links para relatórios auditados e infográficos de impacto.
- Criar uma “sala de imprensa” no site da instituição com seções de relatórios e prestação de contas.
- Responder prontamente à imprensa quando houver questionamentos sobre gastos ou processos, reforçando a imagem de transparência.
Dessa forma, a assessoria de imprensa se consolida como guardiã da reputação institucional, não apenas como porta-voz de campanhas.
Compliance: o alicerce interno que sustenta a comunicação externa
O que é compliance e por que ele é essencial
O termo compliance se refere ao conjunto de práticas que garantem que a instituição atue de acordo com leis, regulamentos, normas internas e princípios éticos. No terceiro setor, envolve desde obrigações fiscais e trabalhistas até controles internos que previnem fraudes e irregularidades.
Como o compliance fortalece a assessoria de imprensa
Quando uma organização social possui um programa de compliance sólido, a assessoria de imprensa pode transformar isso em diferencial estratégico, comunicando:
- A existência de um código de ética, canais de denúncia e auditorias internas ou externas.
- A formalização de processos de captação, aplicação de recursos e prestação de contas.
- A resposta rápida e transparente a eventuais crises, explicando medidas corretivas e reforçando a integridade da instituição.
Checklist básico de compliance
- Política de compliance aprovada pela diretoria.
- Canais de denúncia e procedimentos de investigação.
- Auditorias periódicas e relatórios acessíveis ao público.
- Treinamento em ética e prevenção de conflitos de interesse para colaboradores e voluntários.
- Inclusão dessas informações na comunicação institucional, reforçando a credibilidade da entidade.
Com isso, a mensagem transmitida à imprensa deixa de ser apenas um apelo à ação e passa a expressar confiança e responsabilidade.
Políticas anticorrupção: comunicar integridade e prevenir riscosO cenário no terceiro setor
Organizações sociais lidam com doações, convênios públicos e parcerias empresariais, o que exige controle rigoroso sobre recursos e processos. Esses contextos podem gerar riscos de corrupção, desvio de verba ou conflito de interesse.
Como a assessoria de imprensa reforça políticas anticorrupção
- Comunicar que a organização adota uma política anticorrupção e de integridade, com normas claras de conduta e verificação de parceiros.
- Divulgar parcerias com empresas e instituições que realizam due diligence.
- Agir com transparência em caso de incidentes, emitindo comunicados oficiais e apresentando medidas corretivas.
- Produzir conteúdos regulares sobre ética e governança, fortalecendo a percepção pública de integridade.
Elementos-chave de uma política anticorrupção
- Definição clara de corrupção, suborno e conflito de interesse no contexto institucional.
- Procedimentos para verificação de fornecedores e parceiros.
- Cláusulas contratuais com sanções em caso de práticas ilícitas.
- Auditorias e monitoramento contínuos.
- Comunicação proativa sobre ações e boas práticas de integridade.
Integração: imprensa, transparência e governança
Para que a assessoria de imprensa gere impacto e credibilidade, é essencial integrar os três eixos da governança: transparência, compliance e políticas anticorrupção.
Etapas recomendadas
1. Diagnóstico institucional
- Avaliar os níveis de transparência da organização e a existência de políticas formais.
- Identificar riscos reputacionais e pontos sensíveis.
2. Planejamento de imprensa
- Montar um kit de imprensa com missão, resultados e políticas de integridade.
- Elaborar pautas sobre governança, resultados e boas práticas.
- Treinar porta-vozes para responder sobre ética e compliance.
3. Execução contínua
- Divulgar releases, artigos e entrevistas que reforcem transparência e responsabilidade.
- Associar campanhas de captação à segurança e credibilidade da instituição.
- Monitorar menções na mídia e responder com agilidade.
4. Monitoramento e aprimoramento
- Medir resultados da comunicação: alcance, matérias publicadas, tráfego no site e impacto na captação.
- Atualizar políticas e relatórios com base em aprendizados e feedback.
Boas práticas de comunicação com foco em governança
- Usar linguagem clara e acessível, evitando jargões técnicos.
- Fornecer documentos de apoio e dados verificáveis.
- Preparar porta-vozes para lidar com temas sensíveis.
- Unir storytelling e dados para fortalecer a credibilidade.
- Divulgar publicamente a adoção de novas medidas de compliance ou auditorias.
Desafios e soluções
Resistência interna à transparência
Algumas instituições ainda têm receio de divulgar dados financeiros ou operacionais.
Como superar: começar com transparência gradual e mostrar que ela gera mais confiança e novas parcerias.
Implementação de compliance com recursos limitados
Programas de compliance podem parecer complexos, mas é possível iniciar com controles simples, como código de ética, verificação de parceiros e canal de denúncia.
Crises de reputação
Em caso de suspeitas ou denúncias, a imprensa pode repercutir negativamente.
Como agir: manter plano de crise pronto, com comunicação clara e medidas corretivas públicas.
Mensuração de impacto da imprensa
Nem sempre é simples relacionar matérias publicadas à captação de recursos.
Como resolver: criar métricas específicas, como formulários de origem de doação, aumento de tráfego e engajamento digital após as publicações.
Checklist da assessoria de imprensa com foco em governança
- Kit de imprensa atualizado com missão, resultados e políticas de integridade.
- Política de transparência disponível no site institucional.
- Programa de compliance estruturado e comunicado ao público.
- Política anticorrupção formalizada e aplicada a fornecedores e parceiros.
- Porta-vozes treinados para lidar com temas de ética e auditoria.
- Planejamento anual de pautas sobre governança e impacto.
- Monitoramento constante da mídia e resposta ágil a crises.
- Indicadores de resultados para avaliar o impacto da comunicação.
- Revisão periódica das políticas internas.
A assessoria de imprensa no terceiro setor vai além da divulgação de campanhas. Ela é uma aliada estratégica para fortalecer a confiança pública e consolidar a reputação das organizações. Quando conectada a práticas sólidas de transparência, compliance e integridade, torna-se um verdadeiro diferencial competitivo.
Ao comunicar com clareza e responsabilidade, as entidades sociais inspiram credibilidade, atraem novos parceiros e garantem a sustentabilidade de suas causas.
A equipe da Ingrediente Comunicação apoia organizações sociais na criação de estratégias de imprensa alinhadas à governança e ao propósito institucional. Entre em contato e descubra como transformar a reputação da sua organização em um ativo de valor e confiança duradoura.